Oferta de produtos orgânicos estimula consumo consciente na capital

Alimentação é considerada porta de entrada para adoção de práticas sustentáveis

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  • Larissa Almeida

Publicado em 23 de agosto de 2024 às 05:15

Lei 9.699/2023 tem o objetivo de reduzir a distribuição do item para a preservação do meio ambiente
Lei 9.699/2023 tem o objetivo de reduzir a distribuição de sacolas para a preservação do meio ambiente Crédito: Shutterstock

O convite de um amigo para conhecer uma das feiras orgânicas de Salvador, em 2020, levou o pesquisador Breno Bastos, 23 anos, a mudar seus hábitos alimentares. O que começou com uma alteração na dieta, no entanto, rapidamente se tornou influência para a adoção de outros hábitos ecologicamente amigáveis. “Deixei de comer carne por considerar mais saudável, passei a tentar usar o transporte ativo público ou bicicleta e, sempre que possível, busco observar meus hábitos de consumo para ter mais práticas sustentáveis no dia a dia”, conta.

O abraço a essas iniciativas não se deu ao acaso. Breno conta que tudo começou desde que passou a aprender sobre crise climática e desequilíbrio ambiental. Apesar de não acreditar que sua atitude individual vai mudar o cenário global, ele afirma que sua mudança pode ser disseminada através do diálogo. “Acho que minhas atitudes ajudam a incorporar a discussão e prestar atenção ao assunto no cotidiano”, afirma.

A linha de raciocínio adotada pelo pesquisador é vista com bons olhos pelos especialistas ouvidos pela matéria. A nutricionista Carolina Dias destaca que o consumo de alimentos orgânicos é, por si só, uma porta de entrada para provocar discussões em prol da preservação do planeta.

“Se nós começarmos a consumir mais produtos orgânicos, vamos estar valorizando essa prática, o meio ambiente e, assim, podemos pensar em formas de proteger o nosso ecossistema. De repente, reduzir o consumo de plásticos, optar sempre por produtos biodegradáveis e até mesmo considerar formas de energias mais sustentáveis. A escolha por esses produtos orgânicos é como se fosse o primeiro passo”, enfatiza.

Para Josanidia Lima, bióloga, idealizadora e coordenadora da Feira Agroecológica da Ufba e professora titular do Instituto de Biologia da Ufba, quem opta pela alimentação a base de orgânicos participa de uma cadeia muito maior do ponto de vista ecológico. “Quem vai à feira orgânica e compra o seu alimento, incentiva a continuidade de um projeto que valoriza o agricultor, evita a degradação do ambiente com o uso de pesticidas, estimula, apoia e fortalece a biodiversidade dos ambientes”, pontua.

É em prol de gerar benefícios para o meio ambiente que o professor universitário Francisco Carlos Rocha, 56 anos, consome há dez anos produtos alimentícios livres de químicos e alia sua dieta com outras práticas. “Evito o uso de plásticos desnecessários, faço separação de lixos recicláveis e participo de campanhas voluntárias de coleta de lixo marinho. Considero esse um processo natural de um cidadão preocupado com o uso sustentável do planeta”, diz.

Por sua vez, a cozinheira e confeiteira Constanza Parodi, 38 anos, que sempre consumiu alimentos orgânicos, não se conformou apenas em adotar práticas sustentáveis e decidiu educar outras pessoas nesse sentido. “Procuro ensinar e reeducar as pessoas a ter uma boa alimentação, a reconhecer o alimento, sua estrutura, sabor e textura, para que elas possam aproveitar os benefícios que eles têm. [...] Sou parte do movimento Slow Food, que cuida do alimento, da biodiversidade e dos nossos biomas. Então, adotar práticas sustentáveis são parte da nossa cultura”, finaliza.

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*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo