Larissa Luz retorna à passarela do Afro Fashion Day como modelo e brilha em pocket show de encerramento

A primeira vez que Larissa Luz esteve na passarela do AFD foi em 2016. Na ocasião, ela foi mestre de cerimônia do evento

"A carne mais barata do mercado foi a carne negra. Agora, não é mais". Com uma nova versão do clássico eternizado na voz de Elza Soares, Larissa Luz encerrou a 10a edição do Afro Fashion Day, realizada na Praça do Campo Grande, nesta sexta-feira (1).

Apresentadora em uma das primeiras edições do evento, a cantora retornou à passarela mais negra do Brasil como modelo e ainda realizou um pocket show. As canções 'Banho' e 'Cupido Erê' marcaram o repertório da noite.

"Eu gosto também de vir explorando outras nuances da minha arte, das minhas possibilidades, que é desfilando, que é cantando. Me sinto abraçada quando eu percebo que sou lembrada nesses lugares", disse a cantora em entrevista ao CORREIO.

A primeira vez em que Larissa Luz esteve na passarela do AFD foi em 2016. Na ocasião, ela foi mestre de cerimônia do evento. "A moda é um canal de comunicação muito forte, de identidade, de ancestralidade, história e essência. Quando os nossos símbolos, signos e nossa história aparecem nesse lugar (moda) fortalece a nossa ancestralidade", complementou a cantora.

A apresentação de Larissa Luz foi uma verdadeira festa e uma celebração à ancestralidade. A Quabales Banda - grupo que mistura música, performance, percussão baiana, hip hop, pagotrap e batida eletrônica - também performou ao lado da cantora.

Fã de Larissa desde a época do Araketu, a restauradora de obras de artes Silvana Bonfim, 26 anos, celebrou o show ao lado da amiga, Raiana Britto, 27. "Larissa é uma figura muito importante e sempre entrega shows maravilhosos. Além de prestigiar um evento que gosto muito, é um momento da gente ver o povo preto brilhar. Isso é muito importante", disse Silvana, que participa da sua 3a edição do AFD.

Modelo do Afro em 2023, Carine Barbosa, 18 anos, voltou ao desfile como espectadora para prestigiar amigos, mas também para curtir o show de Larissa Luz. "É um showzaço. Todo mundo sabe que o Afro Fashion Day entrega tudo. Os modelos são modelos de peso. É uma coisa de outro mundo", disse.

Amiga de Carine, Évelin Rayres, 27, sonha em desfilar na passarela do AFD um dia. Natural de Jitaúna, no sul da Bahia, ela trabalha como modelo há dois anos em Salvador. Fora do palco, enquanto o objetivo não vira realidade, Évelin celebra o evento. "A escolha de Larissa Luz (para o show) é muito boa. Ela é uma artista que reúne muito do Afro Fashion Day. Reúne pele preta, sensualidade muito forte na voz, moda e conteúdo", disse.

Do repertório de Larissa Luz, a música 'Bonecas Pretas' é a preferida de Évelin Rayres. A canção, inclusive, levou o público à loucura no encerramento do AFD. "Eu conheci Larissa com essa música, e eu sempre me sinto uma boneca preta. Estou aqui para contemplar esse momento", disse.

A homenagem à Elza Soares, uma das maiores cantoras do Brasil (falecida em 2022), também estava estampada na capa utilizada por Larissa Luz durante a apresentação. A peça, pintada à mão pelo artista plástico Fagner Bispo, é assinada pelo próprio e por Filipe Dias. "A importância do Afro Fashion Day é a nossa história sendo retratada em uma outra linguagem. É poder fazer revolução dentro desse contexto estético. É sobre isso, afinal de contas. E que bom que a gente pode ter o nosso povo sendo representado nesse lugar também", complementou Larissa.

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O Afro Fashion Day é um projeto do jornal Correio com patrocínio da Avon e Bracell, apoio CAIXA, Shopping Barra, Salvador Bahia Airport e Wilson Sons e apoio institucional do Sebrae e Prefeitura Municipal de Salvador.