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Luiza Gonçalves
Publicado em 28 de outubro de 2024 às 09:00
“‘Madá Negrif’ já virou meu sobrenome, né? Aceito muito bem!”, brinca Madalena Silva. Há mais de duas décadas, a baiana comanda a marca Negrif, referência em moda afro-brasileira, propagando-a com muito “amor, carinho e identidade”, destaca. Filha de costureira, Madá cresceu observando retalhos e botões, e, a partir de um curso de moda no Senac, decidiu abraçar o ofício: “Não imaginava que eu fosse me tornar designer de moda, ter uma marca, lojas, viajar, vender pelo Brasil inteiro, ir para o exterior. Agradeço a essa memória afetiva que terminou me levando ao processo de fazer um curso de moda, depois eu entro na faculdade e me torno criadora de moda”, relembra. >
“Eu defino a Negrif hoje como algo necessário, porque vejo o depoimento das mulheres, a felicidade delas encontrarem algo que contempla seus corpos. Os depoimentos são realmente o que me motivam a dizer ‘amanhã tem mais’. A Negrif é uma marca que tem alma, identidade, acolhimento e amor. É o que realmente me move”, afirma Madá. Em um universo de cores vibrantes e estampas suntuosas, com vestidos, batas e saias amplas, nada na Negrif é básico: “Gosto de exuberância”, diz a estilista. Criar modelagem e estampas é a paixão da designer, o que se refletiu na sua chegada ao Afro Fashion Day em 2015.>
Veja o mini-doc completo sobre Santti: >
“Eu lembro quando o Fagner entrou em contato comigo pedindo uma roupa para o Afro. Ele disse: ‘Posso passar aí e olhar algo na arara?’ E eu disse: ‘Na arara, não. Vou criar algo para o Afro Fashion Day’. E seguiu sendo assim. É uma emoção constante, quando vai chegando ali o mês de agosto, já começa aquele bichinho dizendo: ‘Meu Deus, qual será o tema deste ano?’”, explica.>
Relembrando suas participações em todas as edições, Madá reflete sobre o amadurecimento da Negrif, que caminha junto à sua trajetória no Afro Fashion Day. Esteticamente, ela ressalta a mudança de matérias-primas na composição das peças, bem como a diversificação e consolidação das estampas como elemento assinatura de sua marca. “A Negrif começou fazendo rosto de mulheres, tanto que a minha primeira peça do Afro realmente tinha um rosto de mulher, que já identificava a marca. Mas eu pude ir muito além. Pude testar novas criações, e é engraçado porque as pessoas reconhecem. Depois que o evento acaba, todo mundo pergunta se aquela peça era minha, que reconheceu por causa da estampa”, relata a estilista.>
Para Madá, o Afro Fashion Day é um marco no cenário da moda baiana e brasileira. Ela destaca o papel do evento na revelação de novos talentos, dando visibilidade a criadores que antes não tinham oportunidades. “Estilistas que não tinham oportunidade de mostrar o seu trabalho começaram a mostrar através da passarela do Afro. Modelos também começaram uma carreira, inclusive até internacional”, comenta. Para Madá, o AFD é uma vitrine que permite aos criadores afirmarem sua presença e mostrarem sua capacidade de criar moda com identidade própria, fortalecendo a representatividade negra na indústria.>
Mini docs Afro Fashion Day: >
Editor de Mídia e Estratégia Digital: Jorge Gauthier>
Reportagem: Luiza Gonçalves>
Equipe de mídias: Eduardo Bastos, Arthur Leal e Gabriel Cerqueira>
O Afro Fashion Day é um projeto do jornal Correio com patrocínio da Avon e Bracell, apoio CAIXA, Shopping Barra, Salvador Bahia Airport e Wilson Sons e apoio institucional do Sebrae e Prefeitura Municipal de Salvador.>