Salvador terá eventos gratuitos em homenagem ao 2 de Julho durante toda a semana; veja programação

Neste domingo (30) haverá apresentação teatral de graça no Campo Grande

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Publicado em 30 de junho de 2024 às 09:24

Apresentação em homenagem ao 2 de Julho
Apresentação em homenagem ao 2 de Julho Crédito: Betto Jr. e Lucas Moura/ Secom

Acontece neste domingo (30) mais uma apresentação do espetáculo 'Aos Pés do Caboclo', na Praça 2 de Julho, no Campo Grande. A encenação, que acontece às 19h e é gratuita, faz parte do extenso calendário em homenagem à Independência da Bahia.

As celebrações seguem durante a semana. Na segunda-feira (1º), às 17h, o Cortejo Afro vai se apresentar no Largo de Pirajá. Já na terça-feira (2), das 9h às 12h, ocorre uma apresentação performática de teatro do grupo Dois do Sete, no Pelourinho. Às 14h, a Avenida Sete de Setembro, no trecho entre a Praça Castro Alves e o Campo Grande, será palco do 2º Festival de Fanfarras e Balizas.

Em seguida, das 17h30 às 21h30, será realizado o Encontro de Filarmônicas com o maestro Fred Dantas e participação da Banda de Música da Guarda Municipal, Filarmônica Ambiental de Camaçari, Filarmônica Ribeirinhos do Vale do São Francisco (Xique-Xique), Filarmônica Lyra Ceciliana (Cachoeira), Filarmônica Guerreiros do Sol (Dias D’Ávila) e Oficina de Frevos e Dobrados.

Na quarta-feira (3), às 17h, no Campo Grande, o público poderá conferir a apresentação do Coral da Cidade do Salvador, o show do cantor Gerônimo e Banda Mont Serrat, em homenagem ao 2 de Julho, e o Baile da Independência com a Orquestra do Maestro Fred Dantas e convidados.

Apresentação em homenagem ao 2 de Julho
Apresentação em homenagem ao 2 de Julho Crédito: Betto Jr. e Lucas Moura/ Secom

Na próxima quinta-feira (4), às 19, será a vez do show especial com a cantora Mariene de Castro, também no Campo Grande. Por fim, na sexta-feira (5), às 18h, ocorre a tradicional Volta da Cabocla, com o retorno dos carros emblemáticos partindo do Campo Grande e sendo recebidos com o Samba de Caboclo, às 20h, no Largo da Lapinha. Já de 12 a 14 de julho, ocorre ainda a Festa de Labatut, no fim de linha de Pirajá.

ESTREIA

Neste sábado (29) ocorreu a primeira apresentação da peça “Aos Pés do Caboclo”, com a presença de convidados ilustres. O prefeito Bruno Reis assistiu à apresentação. “Um verdadeiro sucesso. O espetáculo 'Aos Pés do Caboclo' não poderia ser encenado em outro lugar que não aqui, literalmente no pé do caboclo. Uma iniciativa da Fundação Gregório de Mattos (FGM) para valorizar a nossa cultura, nossa história e nossa arte, dentro dos festejos do 2 de Julho, a data mais importante da Bahia”, afirmou.

“É um espetáculo belíssimo, que há 46 anos foi apresentado por Lia Robatto e a gente resgatou agora com o Balé Folclórico, com Zebrinha e Vavá Botelho, com artistas, dançarinos e belíssimos figurinos. Esse espetáculo é um dos pontos altos das apresentações que teremos do 2 de Julho, data importante para enaltecer os heróis da independência, que permitiram que tivéssemos nossa soberania popular, a democracia, que o Brasil avançasse tanto, com benefícios para toda a população”, acrescentou o prefeito.

A apresentação contou com mais de 100 integrantes do Balé Folclórico da Bahia (BFB). “Temos, mais uma vez, o teatro e a dança no 2 de Julho, um espetáculo histórico que foi apresentado em novembro de 1977, o ano em que comecei no teatro. Então é emocionante essa homenagem a Lia, e trazendo a excelência do Balé Folclórico da Bahia. Eu espero que inclusive esse espetáculo saia da Bahia e seja apresentado em outros lugares”, destacou o presidente da Fundação Gregório de Matos (FGM), Fernando Guerreiro.

A homenageada Lia Robatto não escondeu a emoção. “Eu assisti a um ensaio antes e hoje, aqui, eu tenho certeza que será lindo. Fiquei encantada com o ensaio. A abordagem do Balé Folclórico é outra época. Quando montei o espetáculo, ele tinha um cunho político, libertário, e esse é mais de exaltação ao heroísmo, às etnias, à cultura. Está lindo e tem uma pegada indígena muito bacana. Estou feliz em ser homenageada, de lembrarem quase 50 anos depois, fico muito contente”, afirmou.

Após o espetáculo, Lia fez questão de agradecer a todos os presentes. “Vocês proporcionaram a recepção do talento de Vavá e Zebrinha. O músico e arranjador Cabo, que cuidou da orquestra que foi importante, é lindo ver a participação. O lindo da dança é que ela consegue integrar várias linguagens. Figurinos deslumbrantes que preencheram a praça, estou feliz e emocionada. Toda homenagem é ótima e ainda mais no meio de amigos e dançarinas”, declarou.

Outro que transbordou emoção foi Vavá Botelho, fundador e diretor-geral do BFB. “Estou muito emocionado, principalmente agora depois da concentração em que o coletivo indígena puxou as orações e foi emocionante. A energia é grande e todos estão empenhados e concentrados, e felizes em fazer parte do evento. Eu, particularmente, por ter vivenciado com Lia muitas coisas na vida. Então este momento é extremamente importante”, disse.

Diretor artístico do espetáculo, José Carlos Arandiba, o Zebrinha, ressaltou que a memória é um dos movimentos intelectuais mais importantes na comunidade. “E o Balé Folclórico se permitir fazer isso, a trazer Lia Robatto, grande mestra da dança, com um espetáculo que foi icônico na época, trazendo sua memória e falando dela em um evento, homenageando os esquecidos, excluídos do 2 de Julho, e dividir a tarefa com a comunidade indígena, com pessoas de Salvador, é impressionante. Estou deveras emocionado”, afirmou.

Bailarino há mais de 30 anos, Dudé Conceição faz parte do Balé Folclórico na montagem. Para ele, a interpretação mexe com o corpo e com a mente. “A emoção está acima da média, e a gente espera fazer um grandioso espetáculo aqui hoje. Estou feliz e um pouco nervoso. Estou aqui representando meu povo, através da dança. É lindo”.

Representante dos povos originários indígenas da etnia Tupinambá de Olivença, Kireymbab Trakaja, de 33 anos, conta que ficou feliz com o convite. “Eu me sinto realizado por ser ouvido, por ter espaço para apresentar nossa luta, nosso coletivo, porque somos uma diversidade de povos, e é o início de mais uma luta, uma conquista de muitas que virão. O espetáculo está lindo, muito encantado, e sinto de verdade a emoção no coração”, revelou.

Com direção artística de Zebrinha, o espetáculo foi encerrado ao som do Hino ao 2 de Julho, entoado pela banda da Marinha.