Aposentada faz aniversário e decora casa para desfile do 2 de Julho: 'Sou cabocla também'

Fachada da casa de Maria São Pedro, 84, é fotografada durante todo o dia

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  • Maysa Polcri

Publicado em 2 de julho de 2024 às 14:31

Casa de dona Maria participa do concurso de fachada mais decorada
Casa de dona Maria participa do concurso de fachada mais decorada Crédito: Marina Silva/CORREIO

Em meio ao cortejo cívico do 2 de Julho, quando os carros dos caboclos cruzam o Santo Antônio Além do Carmo, o som conhecido da canção de parabéns chama atenção do público. Quem percebe, vira o rosto e busca encontrar a origem da música. Atenta, a aniversariante Maria São Pedro, que completa 84 anos no dia da Independência, vai até a porta de casa receber as homenagens da orquestra.

É difícil precisar, mas não seria surpresa se a casa de número 34, onde Maria São Pedro mora, tivesse a fachada mais fotografada de todo o percurso entre a Lapinha e o Campo Grande. A decoração com panos coloridos e as representações dos caboclos, Maria Quitéria e Joana Angélica atrai curiosos que fotografam a residência durante todo o dia. Ano após ano, a casa se consolida como ponto conhecido no cortejo.

Parentes de Maria São Pedro representam figuras históricas da luta pela independência
Parentes de Maria São Pedro representam figuras históricas da luta pela independência Crédito: Marina Silva/CORREIO

Maria São Pedro aproveita a data para comemorar a Independência do Brasil na Bahia, assim como seu aniversário. A família se reúne para celebrar e posa para as fotos. São os filhos, netos e sobrinhos da aposentada que representam as figuras históricas. Mas a aniversariante também coloca a mão na massa. Neste ano, ela foi responsável pela ornamentação da fachada, que concorre, mais uma vez, ao concurso de mais decorada

“É uma data muito importante para os baianos. Para mim, é ainda mais especial porque é meu aniversário”, diz Maria São Pedro à reportagem, enquanto recebe cumprimentos de desconhecidos. A aposentada foi surpreendida, por volta das 10 horas, pela música de parabéns tocada pela Filarmônica 25 de Dezembro, de Irará, cidade do centro-norte da Bahia. 

“Quando os caboclos passam, é uma emoção. Eu me sinto parte deles, sou uma cabocla também”, afirma a aposentada, que é natural de Maragogipe, no recôncavo. Mais do que celebrar, Maria São Pedro almeja que a tradição seja repetida através das gerações da família.