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Armando Avena
Publicado em 1 de dezembro de 2017 às 05:40
- Atualizado há 2 anos
Entre as principais áreas econômicas do nosso estado está um oásis localizado no sertão, na região do Vale do São Francisco, mas que, na verdade, não é sertão nem é Bahia. Não é sertão, pois, embora localizada no semiárido, sua produção é quase toda gerada com irrigação, e não é Bahia, pois localiza-se na divisa de dois estados: Bahia e Pernambuco. Estamos falando de Juazeiro e Petrolina uma aglomeração urbana que une duas cidades, como se fossem uma só.
É tão dinâmica a economia desses dois municípios contíguos que se posicionou, entre janeiro e outubro deste ano, como o 2º maior polo do país na geração de novos empregos com carteira assinada. Apenas São Paulo gerou mais emprego do que Juazeiro e Petrolina no período, e, convenhamos, a capital paulista tem uma população 20 vezes maior. Vista como se fosse uma única cidade, e é assim que deve ser vista sob o ponto de vista econômico, essa aglomeração urbana seria a 3ª maior cidade da Bahia e teria um PIB de aproximadamente R$ 8 bilhões, sendo o quarto maior PIB da Bahia, abaixo apenas de Salvador, Camaçari e Feira de Santana, e maior do que os de Lauro de Freitas e de Vitória da Conquista.
E juntas, as duas cidades estariam entre as seis maiores cidades da Bahia em termos de poder de compra. Juazeiro e Petrolina são as sedes do grande polo produtor de frutas e vinhos do Vale do Rio São Francisco, criado no início dos anos 2000 e que desde então só vem crescendo. E isso só foi possível por causa da irrigação que faz com que a forte seca que assola a região passe ao largo da produção. Para isso foi preciso um empurrãozinho do estado e a liberação de recursos para crédito e para a aquisição demotobombas flutuantes, que permitem a captação de água do Rio São Francisco, de forma racional e sustentável.
A produção é voltada para os mercados interno e externo e este ano as exportações são da ordem de quase US$ 200 milhões nas duas cidades, colocando-as no ranking dos 10 maiores municípios exportadores tanto da Bahia quanto de Pernambuco e já são dois os voos semanais de carga que saem de Petrolina com destino à Europa. O impacto dessa produção na indústria e no comércio local já é grande e os investidores, baianos e pernambucanos, começam a aportar com mais força na região. Juazeiro e Petrolina são líderes de uma região metropolitana, a Ride – Região Integrada de Desenvolvimento Petrolina-Juazeiro - e os governos da Bahia e de Pernambuco deveriam trabalhar juntos para potencializar a pujança dessa região.
Pesquisa para o Senado Na Bahia, desde 1985, quando da primeira eleição direta para governador após a ditadura, os candidatos eleitos para o Senado foram da mesma coligação do candidato eleito para governador. Ou seja, é o candidato a governador que puxa os votos dos senadores. Por isso, pesquisa de intenção de votos para o Senado, antes da chapa majoritária estar formada é quase inútil. Mas nem sempre foi assim, antes da ditadura, era o contrário, os eleitos para o Senado eram sempre candidatos de oposição ao governador eleito. Em 1962, por exemplo, Lomanto Júnior ganhou a eleição para governador, mas os senadores eleitos foram Antônio Balbino e Josaphat Marinho, ambos da oposição. Já em 1954, Juracy Magalhães tornou-se governador pela UDN, mas o senador eleito foi Orlando Moscoso do PSD. Resta saber, qual será o padrão da eleição de 2018?
A Anac e as empresas aéreas O Brasil talvez seja o único país do mundo onde as agências reguladoras de serviços protegem as empresas em detrimento do consumidor. Se, por exemplo, o leitor estiver com uma viagem aérea marcada e ficar doente ou sofrer um acidente qualquer e, por isso, for obrigado a cancelar a viagem terá de pagar uma multa de R$ 250 por trecho. Não adianta levar um atestado médico, ou provar que foi acidentado, pois só haverá isenção para os casos em que o passageiro apresentar doença transmissível. São as novas regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ou seja: a empresa não presta o serviço, mas é remunerado por ele e a multa ainda pode ser maior que o valor da passagem.
As melhores faculdades da Bahia A Bahia tem três entre as melhores faculdades do país e elas não fazem parte das universidades federais, estaduais ou dos grandes grupos educacionais privados. São elas: o Instituto Superior de Educação Ocidemnte - Iseo, especializado em Pedagogia que ficou em 17º lugar no país; a Faculdade de Tecnologia Senai/Cimatec que está em 25º lugar; e a Faculdade Nobre, com nove cursos, entre eles Direito e Biomedicina, localizada na cidade de Feira de Santana. O ranking foi divulgado pelo MEC.
Pesquisa para o governo da Bahia Para um estado como a Bahia, onde tradicionalmente a eleição para presidente tem forte influência na eleição para governador, qualquer pesquisa de intenção de votos para o governo estadual, antes da escolha dos principais candidatos à Presidência da República e da definição de coligações, é importante, mas tem limitações. Mas a pesquisa do Instituto Paraná divulgada esta semana com o prefeito ACM Neto liderando a disputa com 49% das intenções de voto, seguido pelo governador Rui Costa com 33,7%, traz alguns números interessantes. O primeiro é o baixo nível de indecisos, de apenas 5,9%, quando nacionalmente esse número é sempre superior a 20%, e chega a 30% em algumas pesquisas. Isso significa que os candidatos estão polarizados, que não há espaço para qualquer nome novo e que, para crescer, cada candidato terá de tirar votos do outro. Outro aspecto importante é o chamado voto cristalizado e aí 32,3% declararam que com certeza votariam em ACM Neto, enquanto 20,6% disseram que com certeza votariam em Rui. Quanto mais cristalizado o voto mais difícil fica mudar a decisão do eleitor e, com poucos indecisos, a luta política torna-se mais acirrada. No mais, os índices de rejeição são similares, em torno de 30%, e a avaliação das administrações muito boas para ambos os candidatos. ACM Neto é aprovado por 70,8% e Rui por 65,7% dos eleitores, sendo que Neto pontua mais na avaliação ótima e boa. Os números do governador Rui Costa cresceram em relação à última pesquisa, reflexo provável da enorme movimentação do governador no interior e da pouca circulação de ACM Neto. A visão é pontual e não permite estabelecer tendências, além disso a definição dos candidatos à presidente da República pode num instante mudar bastante o cenário.