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Polícia investiga crime de mando em assassinato de líder do MST

Ele foi morto na frente do filho de 6 anos

  • Foto do(a) author(a) Mario Bitencourt
  • Mario Bitencourt

Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 16:08

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Mário Bittencourt/CORREIO

A Polícia Civil informou nesta sexta-feira (26) que uma das linhas de investigação em que trabalha para descobrir os autores do assassinato de um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Bahia, Márcio Oliveira Matos, 33 anos, na noite de quarta-feira (24), é a de crime de mando.

Até a publicação dessa reportagem ninguém havia sido preso. Márcio foi morto com cinco tiros disparados por dois homens no assentamento rural onde morava, em Iramaia, na Chapada Diamantina. O crime foi presenciado pelo seu filho de 6 anos. 

Outra hipótese para a motivação do crime é a de roubo, já que, segundo a Polícia Civil, os criminosos pediram dinheiro à vítima antes de atirar nela, mas fugiram do local sem levar nada. Matos foi enterrado nesta sexta em sua cidade natal, Vitória da Conquista, Sudoeste do estado.

“Determinei a formação de um grupo de delegados e investigadores e espero que possamos identificar o mais breve possível quem executou – foram duas pessoas – e quem encomendou esse crime”, declarou o governador Rui Costa, que foi uma das cerca de 2 mil pessoas no velório. 

Para o governador, o crime é fruto da herança escravocrata do Brasil, “que ainda permanece na mente de alguns brasileiros, e que se expressa no preconceito, no racismo, na discriminação, chegando a atos violentos como esse, que diz respeito ao direito à terra, ao trabalho.”

Matos foi sepultado no mesmo local onde em 1998 foi enterrado o pai dele, Jadiel Matos, prefeito de Vitória da Conquista entre 1972 a 1976. “Ele sempre foi um exemplo de luta para todos nós. Com 14 anos, já coordenava uma brigada (núcleos em áreas de acampamentos do MST), com 21 já era da direção nacional e vinha cada vez mais fortalecendo o movimento”, afirmou deputado federal Valmir Assunção durante o velório.

Márcio Matos ocupava o cargo de secretário de Administração da Prefeitura de Itaetê, cidade da Chapada governada pelo petista Valdes Brito, e morava no Projeto Assentamento Boa Sorte Una, que tem 416 famílias assentadas, possui 17.387 hectares e foi criado em 25 de julho de 2006.

O deputado lembrou que o MST aguarda que seja marcado o Júri Popular dos executores e mandantes do líder sem terra Fábio Santos, assassinado com 15 tiros em 2 de abril de 2013 no povoado de Palmeirinha, em Iguaí, também no Sudoeste.

Em julho de 2017 o Ministério Público (MP-BA) denunciou pelo crime o fazendeiro Délcio Nunes Santos e o vaqueiro Ricardos Neves de Oliveira, que receberam R$ 10 mil para executar a vítima; os vaqueiros Arenaldo Novais da Silva e Neuton Muniz da Silva, que contrataram os executores; além do fazendeiro Welder Leonardo Gusmão Amaral e do comerciante Márcio Fabiano Cunha Borges, mandantes do crime.

O MP-BA apontou que um dos motivos do homicídio era a atuação de Fábio Santos nas lutas em defesa da Reforma Agrária, o que prejudicava os “interesses dos denunciados”.