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Panorama Coisa de Cinema começa nesta quarta (8) no Cine Glauber Rocha

13ª edição do festival terá início com exibição gratuita de fábula de horror As Boas Maneiras, que tem Marjorie Estiano no elenco. Evento terá oficinas e mostra de clássicos

  • Foto do(a) author(a) Roberto  Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 8 de novembro de 2017 às 06:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: divulgação

Os cinéfilos baianos já podem encerrar a contagem regressiva, pois o momento mais esperado por eles chegou: começa hoje, às 20h, com a exibição de As Boas Maneiras, o 13º Panorama Internacional Coisa de Cinema, no Espaço Itaú Glauber Rocha. A sessão será seguida de uma conversa com o diretor Marco Dutra e a diretora Juliana Rojas. A sessão é gratuita e a retirada de ingressos pode ser feita a partir das 17h. Às 19h, a peruana Pauchi Sasaki se apresenta com um sexteto da Osba (Orquestra Sinfônica da Bahia). Juntos, tocarão temas de filmes dos últimos 12 anos. Às 22h30, a cantora baiana Josyara canta no Foyer.

Leia resenha de Cláudio Marques sobre As Boas Maneiras

O Panorama deste ano mantém o formato consagrado, com mostras competitivas e não competitivas, além de oficinas, sessões especiais e homenagens.

Entre os homenageados, está o ator Paulo José. “É um boa oportunidade para lembrar uma pessoa emblemática do cinema brasileiro. Muitas mostras o estão homenageando e ele precisa dessas homenagens em vida”, diz Marília Hughes, uma das curadoras do Panorama. Será exibido o documentário Todos os Paulos do Mundo, além de filmes protagonizados por Paulo José. Josyara canta nesta quarta, após a exibição do filme de abertura (foto: divulgação) Cartazista

Outro homenageado será Renato Fróes, que criava os cartazes de filmes que eram publicados na seção de cinema dos jornais. No Foyer do Espaço Itaú Glauber Rocha, durante todo o Panorama, estarão os trabalhos originais de Fróes usados para a confecção daqueles cartazes.

Todo o material gráfico do Panorama também é inspirado no trabalho do cartazista. “Renato Fróes fazia um trabalho manual muito bonito, usando até nanquim. Aquele material foi usado por mais de 40 anos”, lembra Marília. Entre os originais expostos, estão o de filmes como Tenda dos Milagres e Redenção. Este segundo era um dos preferidos do próprio Renato.

As crianças também terão direito, como no ano passado, a uma programação especial. A mostra Divercine acontece sábado e domingo, no Espaço Itaú Glauber Rocha e também na Sala Walter da Silveira. Após assistir aos curtas-metragens, as crianças receberão papéis e lápis de cor para se divertir. “Essas atividades são também uma forma de integrá-las”, diz Marília.

O Panorama também é marcado por parcerias com outras instituições. Neste ano, em associação ao Icba, serão exibidos curtas do alemão Hubert Fichte (1935-1986). “São filmes realizados somente a partir de fotos, porém com uma construção narrativa”, observa a curadora.

As oficinas, que são duas neste ano, também seguem firmes. E a demanda continua alta, tanto que as inscrições para as duas se esgotaram. A primeira, de escrita crítica, é ministrada pelo jornalista e crítico de cinema André Dib. A segunda, de direção de arte, tem Carol Tanajura à frente. Da oficina de crítica, sairá o Júri Jovem, que concederá uma premiação especial.

Rafael Carvalho, que participou da curadoria de curtas-metragens desta edição, já participou de uma oficina de crítica em 2011. Hoje, Rafael é crítico profissional e pesquisador de cinema. “O Panorama aposta também na formação das pessoas e não se contenta em trazer apenas filmes. O pensamento crítico acompanha o fazer cinematográfico”, diz o crítico e curador.

No Panorama, ocorrerão as mostras competitivas Nacional, Internacional e Baiana. Em todas elas, haverá premiação separada para longas e curtas. As sessões das competitivas são compostas por dois curtas e um longa.

Rafael Carvalho comenta a importância dos curtas para a formação de cineastas: “Este formato sempre foi o lugar da experimentação e do descobrimento. É aí que o cineasta testa como lidar com a imagem em movimento”.

O curador destaca a produção de curtas baianos: “Em 2012, não se filmava tanto na Bahia. Houve uma ascensão de quantidade e de qualidade. Só na Competitiva Baiana, são 20 produções. E há alguns baianos que estão na Competitiva Nacional, como Mamata, de Marcus Curvelo, e Fervendo, de Camila Gregório”.