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Nádia Taquary reverencia poder do feminino em exposição na Paulo Darzé Galeria

Artista expõe 19 obras inéditas que enaltecem as divindades africanas

  • Foto do(a) author(a) Ronaldo Jacobina
  • Ronaldo Jacobina

Publicado em 5 de dezembro de 2021 às 16:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Fotos: Divulgação

O poder mítico e ancestral do feminino representado pelas divindades da mitologia africana é o tema da exposição Ìyàmi que a artista visual Nadia Taquary inaugura na próxima quinta-feira (9), a partir das 19h, na Galeria Paulo Darzé, na Vitória.

Nas 19 obras que serão expostas, a artista dá visibilidade a um repertório de apurados Ìtàns (relatos míticos da cultura ioruba) que revelam as divindades como o maior símbolo do poder feminino na cultura Nagô. Obra Mulher Peixe Mulher Pássaro “Escolhi esse tema e título após uma imersão no que é, e no que representam as grandes mães ancestrais, as Ajés Ìyàmìs, e a necessidade de desconstrução de uma história imposta pelo colonialismo e patriarcado que nos impediu de acessar entendimentos que nos potencializasse enquanto poder feminino gerador do que desejar”, diz Nádia Taquary  Em Ìyàmi - palavra da língua yorubá que significa minha mãe - Nádia investiga tradições, métodos e práticas afro-brasileiras, a partir da história do povo negro no Brasil e do legado ancestral. 

“Trago esse universo usando penas, escamas, simbolizadores da coletividade em um só corpo, como a mulher pássaro e mulher peixe, a vir vermelho sangue, representando o fluxo menstrual, a contínua transformação, a própria vida, e a grande cabaça da existência, origem de onde o mundo e tudo que nele há passam a existir. As pencas são o poder de transmutar uma história cruel e gerar liberdade”, completa.  Obra da série É o que se vê  A simbologia africana, aliás, é um tema recorrente na obra da artista desde a primeira exposição sobre a joalheria crioula e os adornos corporais africanos, que realizou em 2019. De lá para cá, segundo o curador Ayrson Heráclito, “ela vem evoluindo nas suas produções escultóricas que falam sobre as táticas de conquista da liberdade por africanas escravizadas”.

Nesta mostra, são apresentadas obras que evocam simbolismo, ancestralidade, tradição e contemporaneidade. “A exposição nos confronta com o saber ancestral vindo da África há cinco séculos e nos leva a questionar os cânones tradicionais do conhecimento”, completa Thaís Darzé, que divide a curadoria da exposição com Heráclito.  A  palha da costa é uma das marcas registradas do trabalho da artista De acordo com o curador, que foi o primeiro a curar uma exposição individual da artista, “para compreender a obra de Nádia Taquary e atingir as mais profundas camadas de entendimento é preciso um repertório que foi demonizado, silenciado e apagado pela brutalidade que foi o processo colonial brasileiro”. 

Heráclito ressalta ainda que tal abordagem, além de estética, é também política. “Política porque revela o empenho afirmativo de um feminismo peculiar, no âmbito da arte contemporânea brasileira, feita por mulheres artistas racializadas”, diz. Obra sem título que integra a série É o que se vê Para ele, a própria marginalização das divindades femininas ancestrais, estigmatizadas por uma visão preconceituosa como seres perigosos e nocivos, “revelam o quanto a nossa sociedade é patriarcal e machista”. Assim como em outras mostras realizadas no Brasil e no exterior, a obra de Nádia abrange esculturas, objetos-esculturais, instalações e videoinstalações que revelam uma investigação artística de uma poética relativa à história do Brasil, através de um olhar contemporâneo sobre a tradição, a herança africana, a ancestralidade diante da opressão e da esperança de liberdade. Obra sem título da artista Nadia Taquary A exposição está aberta à visitação do dia 10 de dezembro até 22 de janeiro, podendo ser vista, sem agendamento, no horário de funcionamento da galeria, de segunda à sexta, de 9h às 19h, e aos sábados de 9h às 13h. Nádia Taquary Quem é?  Nádia Taquary é baiana de Valença, e pós-graduada em Estética, Semiologia e Cultura pela EBA-UFBA (Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia). Suas obras integram acervos de museus brasileiros como o Museu Afro Brasil e Museu de Arte de São Paulo - Masp (SP), e Museu de Arte do Rio - MAR (RJ), onde já expôs. Peças de sua última exposição individual, Oriki, foram recentemente adquiridas pelo Pérez Art Museum Miami (PAAM), e Museu de Arte e Desenho de Nova York, ambos nos Estados Unidos.  

Serviço: O quê: Ìyàmi - exposição de Nadia Taquary Quando: 10 de dezembro a 22 de janeiro Onde: Paulo Darzé Galeria - Rua Dr. Chrysippo de Aguiar, 8, Vitória