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Milena Hildete
Publicado em 6 de abril de 2018 às 17:16
- Atualizado há 2 anos
O esquema envolvia um preso e um funcionário da unidade (Foto:MP-BA/Divulgação) O funcionário Emerson Cordeiro Felipe, da empresa de alimentação Nutriz, foi contratado para auxiliar na cozinha do Presídio de Salvador, no bairro da Mata Escura. Há dois anos e meio, no entanto, ele passou a prestar outro tipo de serviço, repassando facas, drogas e celulares para dentro da unidade.>
O “negócio” era lucrativo. Para cada celular que levava, Emerson ganhava R$ 250. Já as facas custavam R$ 100. Por semana, segundo a investigação do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), o funcionário chegava a lucrar R$ 1 mil. O caso veio à tona na operação “A La Carte”, deflagrada pelo MP-BA na manhã desta sexta-feira (6). Foram cumpridos mandados de prisão temporária expedidos contra Emerson e contra Jeferson Jesus da Costa – um interno do presídio, conhecido como Leôncio e que articulava, segundo a polícia, a entrada dos itens. >
“Ele também recebia drogas como pagamento”, explica a coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), a promotora Ana Emanuela Rossi Meira. Emerson, segundo ela, é acusado de levar os itens para o interno Jeferson, apontado como uma das lideranças do presídio. O preso também integra a facção criminosa do Comando da Paz (CP). >
De acordo com a promotora, Emerson entregava os itens quando levava a refeição aos presos. “Como ele era responsável pela comida dos presos, no momento que ele repassava os alimentos para os internos, ele entregava também esses bens. O que consta, ainda, é que ele vinha com esse material e depois colocava em seu corpo, debaixo das suas vestes e no momento da entrega da alimentação, repassava esses materiais ilícitos”, completa a promotora. A investigação começou quando os agentes penitenciários flagraram uma conversa no Whatsapp entre um interno e o funcionário.>
Na casa do suspeito, a polícia encontrou facas de diferentes tamanho e aparelhos celulares. Já na cela do preso, também foram encontradas agendas, que remetem à comercialização de droga, inclusive, com indicação de pessoas, valores, vendas e comercialização de drogas.>
A operação foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pela Coordenação de Segurança e Inteligência (CSI).>
Prática de crimes A promotora ressaltou que a introdução de celulares, armas e drogas no presído é uma ação que contribui para a prática de crimes, como roubos, homicídios e tráfico de drogas. "É através desses celulares que as grandes organizações criminosas conseguem acessar suas lideranças locais", afirmou Ana Emanuela. >
Ainda segundo ela, até mesmo as revistas que eram feitas no presídio não impediam a entrada de armas e drogas na unidade. "As revistas não conseguiam impedir e, por causa disso, é importante que a gente promova ações de combate à corrupção.">
A assessoria da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) informou apenas que toda pessoa que entra no presídio passa pelo processo de revista, que conta com scanner. Ainda segundo a assessoria, a secretaria realiza, mensalmente, inspeções na unidade.>