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Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2018 às 18:43
- Atualizado há 2 anos
Foto: Betto Jr./CORREIO Entidades que representam a imprensa na Bahia e no Brasil condenaram a ocupação da sede da Rede Bahia por manifestantes na manhã desta terça-feira (17). O ato, que dizia ser contra "os 2 anos do golpe civil e os 22 anos do massacre dos trabalhadores do MST, em Carajás", começou pouco antes das 6h e terminou por volta de 9h45.
Associação Baiana de Rádio e Televisão (Abart), Sindicato das Empresas de Radiodifusão e Televisão do Estado da Bahia (Serterb), Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e Associação Bahiana de Imprensa (ABI-BA) emitiram notas de repúdio ao ato, que também mencionou a prisão do ex-presidente Lula.
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A Abert declarou que “considera inaceitável que, mais uma vez, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) usem da força para invadir veículos de comunicação, impedindo a rotina de funcionários e cerceando o direito constitucional de ir e vir”.
Ainda na mesma nota, a entidade disse que “qualquer tentativa de impedir o trabalho da imprensa é um ataque ao direito da sociedade de acesso às informações de interesse público e à liberdade de expressão”, além de condenar a atitude e esperar punição por parte das autoridades responsáveis.
Em pronunciamento conjunto, a Abart e o Serterb afirmaram que “o ato foi uma afronta à liberdade de imprensa, uma ameaça ao exercício do jornalismo e aos profissionais de comunicação em nosso Estado”.
Além disso, se solidarizaram com os colaboradores da Rede Bahia “que prestam relevantes serviços para a qualidade do bom jornalismo e da informação em todo o Estado da Bahia”.
A ABI também se solidarizou pelo que considerou “absurda invasão” das instalações da empresa de comunicação, “praticada nesta terça-feira pela CUT – Central Única dos Trabalhadores e FUPE – Federação Única dos Petroleiros”, e repudiou o ato, descrito como “uma atitude que se caracteriza como uma ameaça à liberdade de expressão e agride princípios democráticos”.
O protesto Pouco antes das 6h, o grupo de manifestantes, incluindo representantes da CUT e Federação Única dos Petroleiros (FUP), totalizando cerca de 200 pessoas, entrou na sede da Rede Bahia, no bairro da Federação, forçando o portão da empresa munidos de facões, equipamentos de som e bandeiras sob o argumento de protestar contra os 2 anos do golpe civil e os 22 anos do massacre dos trabalhadores do MST, em Carajás (PA), segundo nota emitida pela empresa.
Após negociação com policiais militares, os manifestantes encerraram o protesto pouco antes da 10h. Durante a ocupação, as empresas da Rede Bahia, entre elas o jornal CORREIO, funcionaram normalmente.
O grupo de comunicação afirmou, também em nota, que “a hostilidade sofrida hoje representa uma agressão aos meios de comunicação do Estado e a todos os profissionais de imprensa” e que respeita a liberdade de imprensa.
Confira na íntegra o posicionamento da Rede Bahia:Informamos que hoje, dia 17 de abril, por volta das 05:55 da manhã, um grupo de representantes da CUT e FUP (Federação Única dos Petroleiros) invadiu a sede da Rede Bahia, forçando o portão da empresa munidos de facões (conforme relato dos seguranças patrimoniais), equipamentos de som e bandeiras sob o argumento de protestar contra os 2 anos do golpe civil e os 22 anos do massacre dos trabalhadores do MST, em Carajás.
Com o apoio e intermediação da Polícia Militar da Bahia, os manifestantes realizaram protesto com palavras de ordem e discursos. Por volta das 09:45, o protesto foi encerrado. Não houve outras ocorrências registradas.
A Rede Bahia respeita a liberdade de expressão. Defende vigorosamente a liberdade de imprensa e a segurança dos profissionais que trabalham no exercício da comunicação, destacando que o trabalho do jornalista e da imprensa são direitos constitucionais assegurados e que contribuem significativamente para a democracia.
A hostilidade sofrida hoje representa uma agressão aos meios de comunicação do Estado e a todos os profissionais de imprensa.