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Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2017 às 19:11
- Atualizado há 2 anos
Das nove malas abarrotadas de dinheiro apreendidas em um apartamento ligado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, no bairro da Graça, em Salvador, no dia 5 de setembro, duas não chegaram a Brasília. É o que indica uma certidão da Polícia Federal, que coloca mais um ponto de interrogação na história dos R$ 51 milhões apreendidos no bunker.
No documento, revelado pelo repórter Aguirre Talento, da IstoÉ, a PF em Brasília registra ter recebido sete malas de dinheiro, enquanto o auto de apreensão lavrado pela PF em Salvador, ao realizar a operação no apartamento, em setembro, registrava duas sacolas de dinheiro a mais.
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A certidão não explica onde foram parar as duas malas. Também não diz se houve sumiço de dinheiro. “Certifico que, quando do recebimento do material encaminhado pela SR/PF/BA, referente a Operação Tesouro Perdido, através dos memorandos nº 3530/2017, 3531/2017 e 3532/2017, foi constatado a presença de somente 7 malas, sendo 6 grandes e 1 pequena, quando no auto de apreensão relaciona 9 malas, sendo 6 grandes e 3 pequenas”, relata a certidão, lavrada pelo escrivão Francisco Antonio Lima de Sousa, lotado na Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado, a Dicor, em Brasília. Foto: Reprodução As malas de dinheiro foram enviadas para a capital federal pois é lá que tramita o inquérito do caso.
Apreensão Segundo a PF, os agentes chegaram até o apartamento no edifício residencial José da Silva Azi, na Graça, a partir de dados coletados em investigação nas últimas fases da Operação Cui Bono. Toda a quantia seria depositada em uma conta judicial.
Ainda conforme a PF, o apartamento teria sido cedido a Geddel para que o ex-ministro guardasse pertences após a morte do pai, em 2016.
Geddel está preso desde o início de setembro no presídio da Papuda (DF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve apresentar denúncia nos próximos dias.
Relatório acusa ex-ministro Nesta terça-feira (28), a Polícia Federal afirmou, em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que há suficientes indícios de que Geddel, seu irmão, Lúcio Vieira Lima, e a mãe dos irmãos, Marluce Vieira Lima, cometeram os crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A afirmação é a conclusão da investigação do bunker de R$ 51 milhões. Os ex-assessores dos irmãos, Job Ribeiro e Gustavo Ferraz, também são apontados como envolvidos nos crimes.
“[Os envolvidos] estiveram unidos em unidade de desígnios para a prática de crimes de lavagem de dinheiro, seja pelo ocultamento de recursos financeiros em espécie oriundos de atividades ilícitas praticadas contra a Caixa Econômica Federal (corrupção de Geddel), apropriação indevida de recursos da Câmara dos Deputados por desvios de salários de secretários parlamentares, caixa 2 em campanhas eleitorais, possível participação de Lúcio Vieira Lima em ilicitudes relacionadas a medidas legislativas e da participação de Geddel em organização criminosa”, conclui o delegado Marlon Cajado.
Sem origem No relatório de 36 páginas, no entanto, não há informação da origem do dinheiro. A PF diz que está convencida de que não se trata de algo “lícito”.
Ao menos cinco elementos são citados para embasar a conclusão de que a origem é ilícita.