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Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2017 às 04:00
- Atualizado há 2 anos
Circular pelas rodovias que cortam a Bahia - sejam elas estaduais ou federais, sob concessão ou não - tem sido tarefa complicada. A cada dez estradas que passam pelo estado, seis são consideradas regulares, ruins ou péssimas. De 57 rodovias baianas analisadas pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), 64,8% estão nessa situação e, quanto ao estado geral, nenhuma é tida como ótima. >
É aqui, também, que está a pior ligação rodoviária do país - trecho que liga a cidade de Barreiras, no Extremo-Oeste baiano, à cidade de Natividade, no Tocantins. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (6) pela CNT e fazem parte da Pesquisa CNT de Rodovias 2017.>
De um total de 109 ligações entre rodovias analisadas pela Confederação, a pior delas, que liga Barreiras (BA) a Natividade (TO), envolve cinco rodovias: a BA-460, BA-460/ BR-242, TO-040 e TO-280.>
Outro trecho que passa pela Bahia está entre as dez piores do Brasil, entre Teresina (PI) e Barreiras (BA). Considerado ruim, envolve as rodovias BR-020, BR-135, BR-235, BR-343, PI-140, PI-141/ BR-324 e PI-361. As ligações rodoviárias têm um volume maior de transportes de cargas e passageiros e unem os estados. As manutenção das rodovias estaduais é de responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), órgão do governo do estado, enquanto as federais cabem ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do governo federal. >
Para além da dificuldade em transitar pelos trechos, com problemas de pavimentação, sinalização e infraestrutura de apoio, ainda há o prejuízo para quem depende da malha rodoviária para trabalhar. De acordo com a pesquisa, as condições gerais das rodovias impactaram diretamente no custo operacional dos transportadores, que subiu de 24,9% em 2016 para 27% este ano.>
Com um maior custo para os transportes, sobe também o preço dos produtos distribuídos à sociedade. O impacto fica mais palpável quando se leva em consideração que 90% das cargas da indústria são transportadas através da malha rodoviária brasileira.>
Na Bahia, o preço sobe ainda mais. De acordo com o assessor de Agronegócio da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) Luiz Stahlke, a situação das rodovias impacta no aumento do frete para escoamento da safra em 30%, o que acaba encarecendo o produto. O impacto direto, de acordo com ele, é na quebra dos caminhões, no tempo de transporte e, consequentemente, no custo por tonelada transportada.“Nos últimos anos, as rodovias federais que cortam o Oeste têm tido manutenção. No entanto, com as estaduais, só recebemos recuperações das consideradas ‘péssimas’ no ano passado. E as que se encontram ruins ou regulares têm a previsão de serem recuperadas a partir de janeiro do ano que vem”, disse o representante da Aiba.Pior que o Brasil Os dados da Bahia chamam atenção por ser piores que a média nacional. De acordo com a CNT, 61,8% das rodovias em todo o Brasil são consideradas péssimas, ruins ou regulares.>
Por aqui, os trechos considerados péssimos são as rodovias transitórias, que se integram às federais no estado. São eles: BAT-122 (Caetité e trecho Seabra-América Dourada/ BAT-122/BR-122), BA-144 (BA-144/BR-122), BR-367 (próximo a Itapebi), BA-526 (na Região Metropolitana de Salvador), BAT-242 (Castro Alves/ BAT-242/BR-242) e BAT-324 (Remanso /BAT-324/BR-324).>
A pior é a BAT-242, corredor de escoação agrícola e pecuária. O trecho figura entre as piores há algumas edições da pesquisa. Segundo a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), o trecho está em obras.>
Condições Das variáveis analisadas pela pesquisa, a pavimentação teve o pior desempenho na Bahia. Dos 8.866 quilômetros analisados, 5.791 estão com pavimento desgastado (65,4%). São 1.598 quilômetros (18%) com trinca em malha/remendos e 157 quilômetros (1,8%) com afundamentos, ondulações ou buracos. Outros 155 quilômetros (1,7%) estão com o pavimento destruído.“O problema principal foi que cresceu muito a extensão de pavimento desgastado. Grande parte das rodovias foi construída na década de 1970, e elas vão apresentando desgaste natural se não tem manutenção”, explicou o presidente da CNT, Clésio Andrade, durante entrevista coletiva nesta terça.A pintura das faixas centrais é o segundo fator com pior desempenho na Bahia. Em 4.666 quilômetros, a pintura da faixa central está desgastada (52,6%) e 3.447 quilômetros têm a pintura da faixa visível (38,9%). Em 753 quilômetros (16,5%), a pintura inexiste. Nos demais itens (presença, visibilidade e legibilidade das placas), os indicadores são acima de 70%.>
Em relação ao ano passado, houve uma melhora nos piores trechos de rodovias na Bahia. Quatro saíram da categoria de péssimos para ruins: BA-160, BR-430, BAT-349 e BA-026/ BA-130. E um trecho que era considerado ruim em 2016 passou a ser considerado péssimo neste ano: a BA-526.>
As vias que tiveram melhor desempenho na Bahia foram as BA-052/BR-122, BA-093, BA-262, BA-262/BR-407, BA-524, BA-535, BR-020, BR-407, BR-415, BR-418 e BR-423 - tidas como boas.>