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Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2017 às 18:28
- Atualizado há 2 anos
Um carro achado abandonado em um matagal na Avenida Barros Reis pode ter sido usado pelos bandidos que mataram o universitário Felipe dos Santos Silva, conhecido como Felipe Doss, 26 anos, segundo a polícia. O Fiat Siena prata foi achado por volta das 13h por policiais da 1ª Delegacia (Barris). O carro já foi rebocado para a 7ª Delegacia (Rio Vermelho), que investiga o caso.
Segundo a polícia, o Siena foi levado em um assalto no dia 1º de novembro, na Avenida Jorge Amado, no Imbuí. Há suspeita de que o carro estava sendo usado em vários assaltos - teria sido usado, inclusive, em assaltos no bairro de Brotas horas antes da morte de Felipe. Para o delegado Antonio Fernando do Carmo, titular da 7ª Delegacia, isso pode explicar porque algumas testemunhas contaram terem visto um carro similar circulando pelo bairro.
O veículo foi achado hoje com a placa arrancada, perto de um córrego, mas foi identificado pelo número do chassi. Por enquanto, a polícia não descarta que um bandido de moto tenha participado do assalto, conforme registrado inicialmente no boletim de ocorrência. O carro parou próximo de Felipe, o assalto foi anunciado e o universitário correu. Dois dos bandidos desceram do veículo e um deles atirou no estudante, que foi atingido na cabeça. Ele morreu a caminho do Hospital Geral do Estado (HGE).
O delegado diz que há imagens do local do crime, que devem ajudar a definir quantas pessoas estavam envolvidas. Ele solicitou as imagens, mas ainda não as assistiu. Mesmo trabalhando com a possibilidade de latrocínio, ele diz que não descarta nenhuma possibilidade.
O carro localizado passou por uma perícia inicial no local e passará por outra, no interior do veículo, para confirmar se é de fato o que foi usado no crime. (Foto: Gil Santos/CORREIO) O corpo de Felipe foi sepultado na tarde desta sexta-feira, no Campo Santo.
Felipe era estudante de Geografia na Universidade Federal da Bahia (Ufba) e conhecido pela militância LGBTQ no movimento estudantil. "Assim como eu, ele vem de comunidade e estava conquistando seu espaço através das lutas. O que mais me doeu é que ele tinha um futuro promissor que foi ceifado dessa maneira. Ele é ótimo, sempre me recebia com carinho. Amava Beyoncé e Rihanna assim como eu. Ele sempre tava com uma gargalhada extravagante na ponta da língua", lamenta Iza Almeida, amiga que conhecia Doss há sete anos.
O reitor da Ufba, João Carlos Salles, lamentou a morte do aluno da instituição, que era membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE).“Querido Felipe Doss, estamos sem palavras, por estarmos agora sem seu riso”, disse o reitor numa rede social, ao postar uma foto de Felipe, menos de duas horas após o crime.