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Luan Santos
Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 21:10
- Atualizado há 2 anos
Por 25 votos a dez, a Câmara Municipal de Salvador autorizou a prefeitura a promover a concessão do Centro de Convenções da capital baiana, que será construído na área do antigo Aeroclube, na Boca do Rio. A permissão abrange a operação e manutenção do equipamento por 35 anos, prazo que pode ser prorrogado.
No total, a construção e exploração do equipamento devem ter custo de R$ 123 milhões, sendo R$ 93 milhões oriundos dos cofres municipais e R$ 30 milhões da iniciativa privada. A previsão é que as obras sejam concluídas em dezembro de 2018. A empresa que vai gerir o espaço será escolhida por licitação e terá que mobiliar, equipar e administrar.
A bancada governista, responsável pelos 25 votos favoráveis, ressaltou que a concessão do equipamento à iniciativa privada irá permitir mais eficiência na gestão. Eles avaliam que o centro municipal terá, quando construído e em operação, grande importância para o turismo e o desenvolvimento econômico da capital baiana.
A oposição, por sua vez, criticou a autorização para a concessão de um equipamento que ainda não foi construído. Já o vereador Edvaldo Brito (PSD), da bancada independente, ponderou que o projeto não poderia ser aprovado por considerá-lo inconstitucional devido a erros na redação da matéria. "Há pontos que precisavam ser alterados", ponderou.
Com a aprovação, a empresa que irá administrar o equipamento será escolhida por licitação. O vereador Kiki Bispo (PTB), aliado ao prefeito ACM Neto (DEM), destacou que Salvador perdeu cerca de R$ 1,5 bilhão em arrecadação desde o desabamento do antigo Centro de Convenções.
"Já temos dois congressos na fila esperando o Centro de Convenções municipal. Será importante para o desenvolvimento da cidade", disse. Com uma área total de pouco mais de 100 mil metros quadrados, o equipamento terá capacidade para receber 14 mil pessoas simultaneamente em congressos e convenções.
Neste sentido, o também governista Joceval Rodrigues (PPS) acredita que o equipamento tem totais condições de receber de pequenos a grandes eventos. "Diante da inércia do governo do estado, o prefeito ACM Neto decidiu construir um equipamento qualificado e preparado para atrair grandes eventos", afirmou.
A oposição voltou a tocar na questão do salitre, que, na avaliação dos vereadores, pode danificar a estrutura do equipamento. "O centro será afetado pelo elevado teor de salitre, pelo que dizem especialistas. Além disso, faltam estudos para justificar esse período de 35 anos", diz o vereador Sílvio Humberto.
O Centro de Convenções de Salvador contará ainda com oito auditórios de mil metros quadrados moduláveis. Terá também 16 salões de 400 metros cada articuláveis e 30 salas de reuniões que irão virar camarotes tanto para os shows externos quanto internos quando houver necessidade. O estacionamento será para pouco mais de mil veículos. O projeto da prefeitura prevê que, no espaço, haverá dois locais para shows, cada uma com capacidade para 20 mil pessoas.