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Hilza Cordeiro
Publicado em 27 de setembro de 2017 às 23:38
- Atualizado há 2 anos
Com apenas uma foto enviada pelo Whatsapp, um jovem argentino de 21 anos conseguiu projetar uma mão biônica capaz de dar maior autonomia à vida de uma criança baiana de 5 anos. Este caso mostra que, no fim, as tecnologias parecem ter o mesmo destino: as pessoas. As conexões, tema do último seminário do Fórum Agenda Bahia 2017, tiveram seu exemplo máximo no momento em que a menina Ana Luísa experimentou o equipamento fabricado por Gino Tubaro.
A cena da pequena Luísa testando o “brinquedo” emocionou a todos, principalmente a mãe, Lucimeire Mendonça. “Esse momento é muito especial. É uma alegria imensa ter outras pessoas proporcionando isso à minha filha. A prótese vai dar mais autonomia à ela. Ana já tem uma vida normal, mas vai conseguir fazer coisas novas, vai ajudá-la no seu desenvolvimento, no processo de aceitação e autoestima”, comemorou ela, que está ansiosa para que a filha logo possa utilizar talheres.
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“Eu já quero usar na escola e mostrar pra todo mundo”, disse a garotinha, que também brincou de ser um dinossauro. Foi através das redes sociais que o CORREIO - apoiador do evento - teve acesso à história da criança, que recebeu, nesta quarta, 27, a mãozinha biônica feita em impressora 3D e inspirada no universo lúdico dos super-heróis. A única exigência que ela fez foi que o objeto fosse na cor rosa.
O clima era mesmo de descontração e, se antes estavam separados pelas fronteiras físicas, em um instante Ana Luísa foi parar no colo do idealizador. “Essa é uma das coisas mais bonitas que a tecnologia, em especial a impressão 3D, pode fazer pelas pessoas”, disse Tubaro. “É preciso gerar maior impacto social e criar coisas acessíveis que lhes permitam diferentes atividades. Estou sempre falando disso muitas vezes, porque a acessibilidade vai de mãos dadas com essas pessoas”, justificou ele.
Além da mão biônica, durante a oficina Gino, que também fez uma palestra na programação matutina do evento, apresentou outros produtos desenvolvidos a partir da impressora 3D, como a impressão de uma pizza e mesmo a construção de uma casa inteira com peças feitas de plástico. Adriele é recordista brasileira nos 100m, 200m e 400m no atletismo (Foto: Betto Jr./CORREIO) No mesmo encontro, o impacto social da tecnologia também foi abordado pela superpoderosa paratriatleta Adriele Silva, 30, patrocinada pela Braskem, que compartilhou a sua história de superação através do esporte. Após ter sido biamputada há cinco anos por causa de uma infecção generalizada, ela encontrou no atletismo uma saída para a recuperação.
A sua iniciação no esporte só ocorreu graças a um amigo que lhe doou uma prótese, que nem era própria para corridas. “Mas eu queria fazer mesmo assim. É que quando essas coisas acontecem com a gente, nós queremos encontrar nosso estado normal, que é a capacidade de correr. Então, eu queria voltar a ter meus movimentos, mas fui vendo que podia ser mais do que isso”, contou.
Hoje, Adriele é recordista brasileira nos 100m, 200m e 400m no atletismo, tendo conseguido medalha de ouro na Copa do Brasil deste ano. A questão da acessibilidade citada por Tubaro voltou a ser discutida por ela, já que os atletas dependem dos equipamentos para competir.
Segundo a paulista, a prótese de corrida que ela utiliza custa R$ 80 mil porque não é fabricada no Brasil. “Precisamos investir em tecnologia barata e de fácil acesso, preservando a boa qualidade e o alcance do maior número de pessoas”, completou Tubaro.
O Fórum Agenda Bahia 2017 é uma realização do CORREIO, com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador (PMS), Federação das Indústrias da Bahia (Fieb) e Rede Bahia; patrocínio da Braskem, Coelba e Odebrecht; e apoio da Revita.